A secção regional do TC, no relatório de uma auditoria divulgado nesta  terça-feira, concluiu que a Região Autónoma da Madeira contraiu em 2010  empréstimos de médio e longo prazo no montante global de 146,8 milhões  de euros, dos quais 51,8 milhões de euros foram aplicados na  substituição de dívida e 95 milhões de euros constituem novos  empréstimos. No final do ano, a dívida financeira totalizou cerca de  963,3 milhões de euros, mais 99,4 milhões de euros face ao ano anterior.
Uma  parte significativa do produto dos novos empréstimos, contraídos no  montante global de 75 milhões de euros, ao abrigo da Lei de Meios, foi  canalizada para pagar despesas de funcionamento, frisa o tribunal.  Desmentindo o governo regional que negara ter desviado verbas da  reconstrução para outros fins, o tribunal lembra que está “ofendendo-se,  com isso”, normas do Estatuto Político-Administrativo da Madeira e da  Lei de Finanças Regionais. Em anterior auditoria, divulgada há menos de  um mês, o TC concluiu que o governo regional utilizou na reconstrução  apenas 29,5 por cento dos 191,3 milhões de euros que arrecadou no âmbito  da Lei de Meios.
Neste novo relatório, o TC destaca um  empréstimo de 20 milhões de euros acordado com o BANIF, considerando que  "foi contraído à margem do estipulado" na Lei de Meios - diploma para  financiar a reconstrução da ilha na sequência do temporal de 20 de  Fevereiro de 2010 - e da Lei do Orçamento do Estado, e "com base em  pressupostos que não asseguram a sua legalidade ao nível da real  situação do endividamento líquido regional". Devido a esta situação, o  tribunal procedeu contra o director regional em matéria de  responsabilidade financeira sancionatória. 
O TC acrescenta que  as verbas do empréstimo de 20 milhões de euros "foram aplicadas no  pagamento de despesas incluídas" no Plano e Programa de Investimentos e  Despesas de Desenvolvimento da Região, sendo que a maioria está  enquadrada na aquisição de bens de capital, investimentos e construções  diversas, onde os auditores detectaram várias ilegalidades. De entre  estas, refira-se o não cumprimento do prazo de pagamento dos autos de  medição dos trabalhos das empreitadas, a emissão de facturas fora do  prazo estipulado e a adjudicação de trabalhos a mais já depois de  estarem executados.
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Referência ao blogue Madeira Independente:
http://pombaldomarques.blogspot.com/2011/09/peticao-pela-independencia-da-madeira-e.html
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